Ola a todos.
Foi nos pedido a nos fórum, a possibilidade de publicarmos uma resposta a um comentário aqui deixado por um dos elementos do fórum neste mesmo tópico.
Como o autor identifica-se no mesmo e o texto não contem conteúdos ofensivos, vamos então aceder ao pedido e deixar o conteúdo aqui.
Como referencia o comentário ao qual se refere esta resposta e ao seguinte:
http://forum.rcmpt.com/viewtopic.php?p=77927#77927
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RESPOSTA AO COMUNICADO DE Carlos Bastos
RCMpt EM 27 DE JULHO DE 2010
Pela razão de me ter sido enviado em 4 de Agosto de 2010, pelo presidente
do Control Line Portugal – Clube de Aeromodelismo, Senhor Jorge Espírito Santo
uma página do RCMpt do dia 27 de Julho de 2010, na qual se destacava um longo
comentário sobre a Categoria 2 - Voo Circular, da FAI, emitido por CARLOS BASTOS
– Staff Sergeant, com algumas inexactidões, com falta de objectividade, com omissões
propositadas ou por puro desconhecimento, com petulância e com desfaçatez com
que o autor, com graves responsabilidades no meio aeromodelístico, as apresenta
e em vários pontos, contundentes comigo e com a minha posição de presidente
da FPAm, sou obrigado, e no pleno direito constitucional de resposta, a elaborar o
presente documento, o qual poderá vir ser acompanhado de todas as provas materiais
das afirmações que irei proferir, se tal for necessário.
Peço desculpa de não o fazer pessoalmente no fórum, mas não tenho acesso a
ele e nem quero ter, porque para interpelar alguém, quando é preciso, digo-o na cara
da pessoa e não de forma escondida e, francamente, já tenho o tempo tão ocupado,
que não posso perdê-lo desta maneira.
Falar para quem não tem conhecimentos é uma nobre missão, e eu também
o faço, e o Carlos Bastos poderia aproveitar o seu tempo a fazê-lo, se na realidade o
fizesse com verdade e objectividade, princípios que parece não conhecer.
Começa o seu texto por dizer que o voo circular lhe faz uma grande confusão.
Como aeromodelista, como engenheiro, como dirigente ( meu colega na Comissão
Nacional de Aeromodelismo do Aero Clube de Portugal, que abandonou quando
começou a haver problemas com a direcção do Aero Clube ), devia saber que a
FAI é uma entidade altamente credível, conceituada a nível mundial, onde estão os
grandes cérebros mundiais da aeronáutica em todas as suas manifestações e, que
tem o controlo sobre o aeromodelismo em oito categorias diferentes, sendo uma o Voo
Circular, o que nem sequer pode ter discussão.
Afirma que o Voo Circular é confuso e terá sido por isso que nunca conseguiu
fazer nada nesta categoria, mas esquece-se da categoria 8, modelos espaciais ou
foguetes que de yaw, roll ou pitch ( eruditamente falando ) também estão esquecidos.
Foi, no entanto, um breve praticante de Voo Livre onde o yaw, roll ou pitch também
estão enjaulados numa gaiola e pouco mexem!
Afirma depois que os poucos do Voo Circular vão ter perturbações por causa
do que a seguir dirá, mas esquece-se que estes poucos são ainda perto de cinquenta,
fora os que ainda andam por aí escondidos.
Não sabe muito de Voo Circular porque no seu comentário se esqueceu de uma
das classes, só pôs três, e não conseguiu aprender muito, penso que apenas foi a uma
ou duas provas, com resultados pouco satisfatórios.
Fala de seguida sobre o Voo Livre, mas esquece-se que já só há dois ou três
praticantes, e que mesmo existindo não praticam, mas não fui eu que acabei com eles.
No auge do Voo Circular no país e com Rádio Controlo a funcionar já bem, o
Bastos não sabe que fui eu quem marcou na FAI o primeiro Open Internacional jamais
feito em Portugal e que se chamou Grande Prémio de Portugal - Open Internacional de
Sintra, executado na Base de Sintra, nas classes F1A, F1B e F1C, em 1, 2 e 3 de Julho
de 1994. Voo Livre puro!
Esta prova foi um êxito desportivo, não no número de portugueses, que foram
quatro e Bastos não constava, mas sim no número de estrangeiros que foram 13,
vindos da Polónia, da Alemanha, de França e de Espanha.
De tal modo foi falado que a LIPA pediu à FPAm para ficar com a prova,
continuar e dar-lhe o nome dum dos seus pioneiros do Voo Livre, o Senhor Von Hafe.
Assim de 1995 a 2006 fizeram-se em Beja, organizados pela LIPA e pela FPAm 12
grandes Opens Internacionais com o nome Taça Von Hafe a ficar conhecido na Europa
inteira, com muitos concorrentes e de muitas nacionalidades, nunca tendo aumentado
o número de nacionais a concorrerem, estranhamente ou não.
Com o êxito sucessivo das Von Hafe propus à FAI um europeu e consegui obter
a representação em Portugal do Campeonato Europeu de F1, nas classes F1A, F1B e
F1C, o qual se realizou em Beja, no mesmo local onde se realizavam as Von Hafe, de
2 a 10 de Julho de 1998, com 276 participantes de 30 países europeus, dos quais 6
portugueses onde Bastos não constava.
Ver (http://www.fai.org/aeromodelling/competitions/free_flight/ch98/ff98.htm).
A nossa equipa foi constituída por Baptista Pereira, Joaquim Guindaça, António
Mónica, Carlos Costa, Jorge Gustavo e Alberto Reis, comandados por António
Varzielas.
Sabe-se que o Voo Livre não é o mesmo que o RC pois nele é necessário saber
muito para que um modelo funcione correctamente e, talvez esta a razão de tão pouca
gente, pois é preciso grandes conhecimentos e muito trabalho.
Em 2007 e 2008 o Aero Clube de Portugal esqueceu-se de enviar a nossa
proposta da prova para o calendário da FAI ( o que esta documentado e consta de uma
reclamação ao Aero Clube e à FAI, a partir da qual passámos a correspondermo-nos
directamente com a FAI e não através do Aero Clube ) e, numa segunda edição do
calendário em Março, já não foi possível evitar que a prova não tivesse concorrentes.
Esta foi a razão de a Von Hafe acabar, depois de 13 anos de investimento em pessoas
e dinheiro para aumentar os concorrentes portugueses, o que não se conseguiu.
Outra “má vontade” minha para com o Voo Livre foi a de, numa visita à Grã-
Bretanha, em representação nacional de Voo Circular, ter obtido a licença para aplicar
em Portugal o Programa de Educação que ainda hoje funciona com êxito e do qual
constam dois planadores de voo livre e três modelos de motor elástico de voo livre.
Quanto à expressão do Voo Circular no panorama internacional o Bastos revela
mais uma vez desconhecimentos graves.
A equipa que acabou de ir ao Campeonato Mundial de F2 – Voo Circular, esteve
em Gyula – Hungria onde se registaram 52 concorrentes a F2A – Velocidade, de que
Bastos nem fala, mais 80 concorrentes em F2B – Acrobacia, mais 90 concorrentes
em F2C Corridas de Equipas e mais 77 concorrentes em F2D – Combate, totalizando
299 concorrentes sem contar com todos os outros possíveis membros de equipas,
curiosamente mais do que no Campeonato do Mundo de Voo Livre de 2009 na
Croácia, em que estiveram apenas 294 concorrentes e não 295 como Bastos afirma.
( Ver
http://www.fai.org/aeromodelling/competitions/free_flight/ch09/ff09.htm )
Nota : o endereço dado pelo Bastos não funciona .
Em relação aos motores também Bastos se esqueceu que se não fosse o voo
circular e os aperfeiçoamentos do seu motor , que não serve para mais nada segundo
ele, também o voo livre, se calhar, nada fazia em F1C – Motomodelos, em que o motor
é um diesel ou um glow de 2,5 cm3 , ainda usado neste momento, em 2010.
Quanto ao resto da lenga lenga são balelas, mentiras, coisas sem o mais
pequeno fundamento ou o menor senso, algumas mentiras completas e mal artilhadas,
próprias de graves problemas.
Não quero de modo algum terminar sem dizer ao Bastos que a equipa de Voo
Circular, objecto desta má critica da parte dele, em que são poucos, são equipas
incompletas e fazem coisas em que o yaw, roll ou pitch estão enjaulados, trouxe para
Portugal a melhor classificação de sempre : Vice Campeões do Mundo ou segundo
( 2º ) lugar obtido com muita honra, muita sabedoria e muito mérito pela equipa
António Cardoso e José Goulão na classe F2C – Corridas de Equipas, ou para ser
mais erudito Team Race.
Se muito mais gente trabalhasse mais, aprendesse mais e fosse mais
humilde, colaborasse mais, se entre-ajudasse, tínhamos certamente muito melhores
resultados.
Lisboa 21 de Agosto de 2010
João Loureiro de Sousa
Presidente
Federação Portuguesa de Aeromodelismo
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Nota: Em anexo encontram-se os textos originais que nos foram enviados.