Começo por aconselhar os frequentadores deste fórum a mudarem de tópico porque o que vou escrever pode não ter sentido nem utilidade nenhuma.
Nos últimos dias de Agosto, entre o Poceirão e a Base de Sintra, em poucas horas, consegui afinar um modelo da classe E36, sem problemas de maior. Em termos de relação potência /peso, apesar de elétrico, esta modalidade é em tudo semelhante à classe F1C como se praticava nas décadas de 60 e 70. Quem quiser saber o que é F1C e E36 faça o favor de ir ao “site” da FAI ou ao da “National Free Flight Society”. A diferença é que, naquela época, um motomodelo de F1C demorava muitas horas a afinar, com alguma lenha pelo caminho!
Ao longo dos anos fui aprendendo alguma coisa, geralmente à custa de literatura estrangeira pois, como sabem, o Voo Livre não é praticado por cá.
Dois aspetos foram salientes: o primeiro foi a influência do “Wash” do hélice. Ou seja, do cilindro de escoamento helicoidal que o hélice provoca devido à sua rotação. Num modelo destes, em que a asa repousa em cima de uma cabana, o efeito é baixar a asa direita fazendo-o rodar para a direita. O efeito de torção do hélice, que faz precisamente o contrário, nem se faz sentir. O motor teve de levar 2 graus para a esquerda e o chamado efeito giroscópico nem sequer se notou. E o modelo ficou a trepar à direita descrevendo uma hélice com duas ou três voltas completas. Lindo!
O outro aspeto tem a ver com as forças e momentos e o tempo ou instante em que atuam. É que nem tudo é simultâneo. Por exemplo, no caso já referido do E36, no instante do lançamento ou largado do modelo, as forças atuantes são a gravidade, a tração do grupo propulsor e um momento para a esquerda provocado pelos 2 graus de “side thrust”. Se não houver velocidade não há esforços ou compensações aerodinâmicas e o modelo vai, geralmente, para o solo, espalhando os bocados num raio de 20 ou 30 metros! É preciso lançá-lo com uma velocidade suficiente para que haja sustentação e os “Wash in” e Wash out” das asas trabalhem e proporcionem a estabilidade necessária.
Este segundo aspeto foi muitas vezes descurado quando se lançavam planadores RC com uma fisga. No instante inicial as forças eram a gravidade e a tensão do elástico/cabo e sem um impulso para a frente o planador vinha direitinho ao chão.
Saindo do Aeromodelismo, este assunto é pertinente no lançamento de foguetes e mísseis. A alemã V1 precisava de uma plataforma para, à saída desta, já ter velocidade para dar sustentação e controlo aerodinâmico. A V2 usava defletores de carbono à saída do cone difusor para a estabilidade inicial. Depois as empenagens, já com escoamento de ar, tratavam da estabilidade. E hoje, os foguetes que transportam satélites e naves, estabilizam só à custa dos movimentos do cone ou cones difusores. Este problema da estabilidade sem velocidade é conhecido na respetiva área por pêndulo invertido. Lembram-se quando equilibrávamos uma vassoura na mão à custa dos movimentos horizontais desta? E não era preciso licença desportiva nem atestado médico!!
|
Subject: Estabilidade de voo há 100 anos
Subject: Re: Estabilidade
Lamento, mas o título do post anterior não foi bem conseguido. O que se trata é de estabilidade mas, de há 100 anos até aos nossos dias...
Page 1 of 1
You cannot post new topics in this forumYou cannot reply to topics in this forum You cannot edit your posts in this forum You cannot delete your posts in this forum You cannot vote in polls in this forum You cannot attach files in this forum You cannot download files in this forum |
Full Version
Powered by IntegraMOD © 2004, 2005 The Integramod Group
[ Forum powered by phpBB © 2001, 2005 phpBB Group :: All times are GMT :: Design by phpBBXS.Com | Lo-Fi Mod ]
Powered by IntegraMOD © 2004, 2005 The Integramod Group
[ Forum powered by phpBB © 2001, 2005 phpBB Group :: All times are GMT :: Design by phpBBXS.Com | Lo-Fi Mod ]