Vou falar um pouco acerca de umas modificações que fiz no meu F-16 da Skyartec.
O que me levou a fazer estas modificações foi o fato de ele não ter ailerons e ter apenas “elevons”. Ou seja, através das duas superfícies direcionáveis situadas na cauda, que seriam apenas leme de profundidade, este modelo aciona a profundidade e uns pseudo-ailerons.
Esta configuração tem que ser feita através de misturas de canais que os rádios já têm ou com misturadores externos de canais. No meu caso faço diretamente no rádio.
Com esta questão de misturas, e de ailerons que não o são realmente, o que acontece no F-16 é que ao fazer roll e ao termos que compensar a caída do nariz para o solo, quer para o lado das costas do modelo quer para o lado da barriga (isto acontece em quase todos os tipos de modelos), vamos acionar os elevons para a direita, por exemplo. Quando o modelo já está quase de costas para o solo, há que compensar a profundidade para o lado da barriga. Como os ailerons e profundidade são as mesmas superfícies, ao acionar profundidade vamos estar a “roubar” aos ailerons, fazendo com que o roll fique mais lento e dificultando a saída do modelo da posição de costas para o solo em que se encontrava.
Para evitar isto basta usar ailerons e profundidade em superfícies diferentes acionadas independentemente. E foi o que eu fiz.
Marquei uns ailerons nas asas, para cortar. Não gostei das primeiras marcações por isso fiz outras.
Um aileron já cortado.
É preciso fazer um corte oblíquo ou em bisel para dar espaço ao movimento.
Depois é só colar com a bela da fita-cola com malha de fibra de vidro que vai servir de dobradiça.
Marcar a localização dos servos…
Nesta fase improvisei um adaptador para o meu mini berbequim que me permite fresar os entalhes para embutir os servos, com uma altura constante e definida por mim. Foi feito com uma tampa de uma lata de tinta de spray na qual fiz um furo centrado para a acoplar na máquina. Fiz-lhe ainda duas janelas, uma para entrar luz e outra para ver o trabalho que estou a fazer.
É só ajustar a altura da fresa na bucha, apertar e vamos ao trabalho.
Foi só seguir as marcas que já estavam feitas “et voilá”, temos entalhes para os servos feitos à medida.
Colam-se os “horns” para ligar as varetas de comando. Neste caso colei com resina epóxica.
E cá está o resultado final com a vareta montada. A forma em “V” na vareta serve de salva-servos, deformando-se e amortecendo as forças no caso da alguma coisa correr mal.
Agora ocupo 5 canais num receptor de 6 e tenho assim quatro servos a trabalhar independentes, cada um em seu canal, sem cabos em “Y”.
A Saber:
Canal 1- ESC ou variador eletrónico
Canal 2- Ailerons
Canal 3- Leme de profundidade
Canal 4- Leme de direção (desativado)
Canal 5- Trem de aterragem (escravo do leme de profundidade para ligar o 2º servo do mesmo)
Canal 6- Aileron auxiliar
Nota: Esta é a configuração para rádios Graupner, os Futaba por exemplo, são diferentes.
Assim sendo, utilizo umas misturas para experimentar em voo qual será a melhor opção. Algumas são permanentes (sempre ligadas), outras são ligadas por acionamento dos interruptores do rádio.
Liguei os flaperons, que já de si é uma mistura de canais, para poder acionar os flaps, que são misturados com ailerons, uma vez que o modelo não tem superfícies separadas para flaps e ailerons. No meu rádio, quando uso flaperons fico sem possibilidade de usar elevons e vice-versa (Isto pelo método normal, porque vamos ver que não é bem assim).
Mistura 1- Leme de profundidade para trem de aterragem. Permite-me usar dois servos independentes nas duas superfícies da cauda. O servo de leme aciona uma e o servo de trem aciona outra. Sempre ligado.
Mistura 2- Leme de profundidade para flaps. Permite-me acionar os dois ailerons para o mesmo lado, quer para baixo ou para cima, servindo de auxuliar ao leme de profundidade. Ligado através de interruptor.
Mistura 3- Ailerons para leme de profundidade. Permite utilizar as superfícies independentes do leme de profundidade como auxiliar dos ailerons. Para alem se de moverem simultaneamente para cima ou para baixo, quando acionadas pelo stick do leme de cauda, atuam independentemente, uma para cada lado auxiliando os ailerons. Ligado através de interruptor.
Mistura 4- Exatamente a mesma que a 3, mas em vez de ser ailerons para leme de profundidade, é de ailerons para trem. Se não fizesse esta mistura, ao ligar a mistura 3 e acionando os ailerons, apenas uma das superfícies do leme de profundidade, (a que está ligada ao servo e canal do leme de profundidade) se mexeriam m simultâneo com os ailerons. Ligado através do mesmo interruptor que a mistura3.
Com isto tudo posso optar por usar ailerons e leme de profundidade independentes nas respetivas superfícies. Posso ligar a mistura de profundidade para flaps. Posso ligar a mistura de ailerons para as superfícies da profundidade. E posso ainda ligar as duas misturas em simultâneo, que faz com que as misturas fiquem “cruzadas” e trabalhem todas as superfícies em todas as direções. Esta última opção seria muito simples de obter usando apenas a mistura de elevons e ligando mecanicamente as superfícies dos ailerons às do leme de profundidade. Independente de tudo isto posso ligar flaperons ou spoilerons.
Agora só falta experimentar tudo e ver se valeu a pena tanta alteração. Mesmo que o resultado em voo fique aquém da expectativa, só pelo fato de ter explorado e ficado a dominar uma série de funções e misturas do meu rádio, já valeu a pena.
Cumprimentos
Nuno Lopes
_________________ A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original - Albert Einstein
LUISX
Administrador
Boas nunol
Parabéns bom trabalho tenho um F-16 igual mas alterei para helice, mas essa dos alerons é muito bem vista andava com essa ideia tambem por isso é com muita espectativa e curiosidade que aguardo por esses testes
e já agora obrigado pela partilha
_________________ Enjoy RCMpt
mustang-pt
FIRST LIEUTENANT
boas, obrigado pela partilha, eh,eh ate da para trocar os olhos lol, quando fores exprimentar o bicho diz qualquer coisa, para eu ver se tambem tiro o po as meus que o ultimo fds fiquei retido buah.
Antes de tudo muitos parabens pela dedicaçao e pelo trabalho realizado ensse aviao. O f-16 seja de que tamanho for nao é um modelo nada fácil sendo extremamente critico na classe de turbinas ate 20 lbs de impulso. Isto efectivamente nao acontece por acaso. Foi o primeiro Aviao militar da historia da aviação Fly-by-wire, o que significa que foi o primeiro aviao em que os controlos primarios de voo nao sao controlados directamente pelo piloto cabendo a este o mero controlo dos computadores incorporados no aviao. Basicamente todo o design do aviao nao está pensado para voar. é um design instavel cabendo nao ao piloto mas sim aos sistemas a manutenção do mesmo no ar. Resumindo... o F16 como todos os seguintes nao sao avioes sao pedras .
O que os torna avioes nao sao as asas mas sim todos os controlos e sistemas que por vezes chegam ao ponto de limitar e nao aceitar certos inputs do piloto. O mesmo acontece com o f-18, e toda a ultima gerançao: o Rafale, Saab gripen, o eurofighter.
É curioso assinalar que um numero significativo de avioes da nova geraçao possuem duas caracteristicas essenciais: os Canards junto do nariz do aviao e uma grande asa delta.
O f 16 não é um aviao de roll. Por ter um design com uma flecha muito pronunciada terá a tendencia para no fim do segundo roll possuir nao uma rotaçao sobre o seu eixo longitudinal perfeita mas sim uma rotaçao do proprio nariz sobre esse eixo. ao fim de alguns torna se incontrolavel.
Parece me que foi uma alteraçao util e com algum sentido porem nao podia deixar de referir isto.
Cuidado com a mistura dos ailerons a "auxiliar" a profundidade.
tendo em cotna a posiçao das asas e consequentemente dos ailerons esse auxilio é aperente uma vez que, em nada vai ajudar o aviao a subir funcionando antes como air brakes.
esse sistema apenas seria viavel no caso de asas deltas onde nao havendo outra hipotese, as profundidades sao em simultaneo ailerons. No caso do f 16, as profundidades podem ser (e devem) funcionar tambem como ailerons. O contrário ( os ailerons a auxiliar a profundidade) é que me parece nao ser muito correcto podendo ate ser perigoso.
de qualquer forma isto pode tar tudo errado e talvez os resultados das experiencias sejam outros, Nada como exprimentar bem la em cima e com muita atenção.
Cumprimentos
Filipe
nunol
SENIOR AIRMAN
Saudações turbinadas!
Obrigado a todos!
Filipe:
Vejo pelo à vontade com que falas sobre o assunto e os conhecimentos que tens que foi emitida a opinião de um entendido, que vou ter em consideração.
Ainda não deu para experimentar todas as misturas que programei, nem os flaps ou spoilers.
Estive a fazer as trimagens e a tentar estabilizar o voo. Mas deu para ver que ficou com muito boa e rápida resposta nos ailerons. Experimentei essa mistura que faz os ailerons funcionarem ao mesmo tempo e a par da profundidade e é uma boa ajuda para fazer high-alpha. Curiosamente este F-16 voa muito bem lento também.
Hoje de manhã esteve um tempo bestial e deu para testar o F-16 da Skyartec, depois de uns voos atribulados, de lenha, umas reconstruções, umas alterações (coloquei ailerons e estreitei a saída da turbina). Foi fantástico!
O voo de testes de uma máquina feroz, não em potência, mas em comandos nervosos, correu melhor do que esperava. As trimagens são lentas, muito minuciosas e progressivas, mas está aí para as curvas. E que curvas! Ficou com um roll impressionante e rápido muuuuito rápido!!
Ora vejam:
Na verdade este F-16 é uma máquina um bocado temperamental.
Ao mínimo desajuste no CG ou nos "trims", fica a voar descontrolado como um louco.
Por causa disso já tem umas "marcas de guerra" no nariz.
Isto tudo faz parte do aeromodelismo e da curva de aprendizagem.
Cumps
Nuno Lopes
_________________ A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original - Albert Einstein
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