#62: Re: O dia a dia da pista da Siderurgia -Parte III Author: lumma,
Posted in this forum: Mon 06-02-2006, 11:55
Ora mais um Sabádo, e este (04/02/06) foi espetacular, pelo menos para mim.
La cheguei a pista com o meu aparato todo, o meu MKII (todo remendado), o meu Giles (ainda novinho), mesa pro franel e repectivas cadeiras, caixas de campo e como sempre lá ficou algo esquecido em casa, o suporte para os aviões.
Bem, ainda lá andavam os hélis a hora que la cheguei mas parece que o dia não tava a correr bem pra alguns. Já tava um raptor pra estaleiro (penso que foi so as pás, menos mal), pouco depois lá foi um heli eletrico (pouca sorte mesmo, falou-se de problemas com o rádio, será??).
Pouco depois os helis começaram a recolher, não por estar a chover mas talvez por falta de combustivel nos donos (hora do almoço), e lá começo eu a tirar as minhas máquinas pra fora da carrinha.
Ainda lá andava o António Costa com o seu fabulozo eletrico, ver aquele avião a voar assim nas mãos do Antonio até faz parecer muito fácil pilotar os aviões, mas ....
E lá fui eu dar umas voltitas com o meu MKII, para quem conhece a pista sabe que por esta altura aquilo é so água, autenticos lagos ao lado da pista e na zona de colocação dos pilotos, tive que pilotar muito a beira da pista quase em frente a caixa mas se forem só 2 ou 3 avioes nao ta mal o pior ja conto.
Puxo o manipulo do acelarador gradualmente pra frente e lá vai ele para o ar, maravilha, que voo descontraido. Bem chega de descontração, vai de fazer umas piruetas e ... Né que o MKII voa invertido, he he he.
Por esta altura tava só eu e o Antonio Costa, virei-me para a maria e disse "O Giles tem que ir para o ar", foi dito e feito. Lá montei a asa do dito cujo, levei um incentivo do António, combustivel la para dentro, verificações de segurança, ajustes finais e motor a trabalhar.
Pensei cá para comigo, "agora que puseste o motor a bulir, vais ter que o ir voar", ora após mais um incentivo do António (que até se prestou a aterrar o modelo em caso de necessidade), lá foi o avião para a pista. Agora é que eram elas (as pernas a tremer).
Avião colocado bem no centro da pista, eu colocado no melhor local possivel (devido á água), e aí vai o giles a rolar na pista .... espera aí, um pouco de deriva, ops muito, corrige, demais. Bem dá pra ter uma ideia, sem habito nenhum neste tipo de trens, o avião fez todas as diagonais possiveis na pista...
Mas lá foi ele para o ar e, tava a uns escassos 20 a 30 Cm do chão, mete a asa direita para baixo, BOLAS (pensei eu, lá vai o giles para a lareira), mas correção aqui, correção ali, trim e mais trim e lá consegui um voo mais ou menos estavel.
Ora agora chegamos a parte mais complicada, a aterragem. Alinho-o a pista e la vem ele todo direitinho, com 1/4 de potencia de motor, la vem, la vem, la vai, passou por mim que nem uma flecha. Abortada a 1ª tentativa, lá vou para a 2ª (desta tem que ser, pensei eu), tudo igual a 1ª tentativa, só que agora e na altura que ele se encontra alinhado com a pista e por cima desta, cortei o motor todo, facilimo foi só segurar-lo ate começar a rolar na pista. Grande sensação de alivio, acreditem.
Ora, depois de mais uns voos de descontração com o MKII, mais uns dedos de conversa com o pessoal que lá se encontrava (até apareceram uns moços lá do Algarve, pessoal porreiro), aparece na pista do Seixal uma verdadeira aeronave de se lhe tirar o chapéu, um HUEY todo verde (e quem tambem ficou todo verde de inveja, acho que fomos todos, né?), máquina lindissima, com portas de correr e tudo.
Bem, aquilo foi de tal maneira impressionante que todos pararam de voar e de fazer o que estavam a fazer pra verem o heli a voar. Com pouca experiencia do dono mas com um voo a rasar o realismo absoluto.
Com o avançar das horas, já la andavam o Major Alvega e o Andrade, este ultimo que trouxe um Cap muito bonito.
Entretanto várias aeronaves evoluiram nos céus, o F-14 do Moreira foi um deles, até diria os outros mas desculpem-me a ignorancia nos nomes.
Conversa puxa conversa e vai daí o Andrade começa a incentivar-me para voar o Giles outra vez, eu que não sou de me ficar atras vai de preparar tudo para tal. Bem estavam 2 aviões no ar, melhor altura não deveria haver.
Giles para o ar, espera ainda não, antes foi a vê-lo aos zigues zagues na pista e antes que desse para o torto, la vai o giles levantar da parte de terra batida.
Tudo perfeito, mais umas correcções e perfeição de voo, até deu para os ajudantes (o Major Alvega e o Andrade) estarem na palheta ao meu lado :-).
Com isto tudo, vai alguém (não interessa quem, a partir daqui não interessa referir nomes, pois acho que o que aqui vou relatar pode acontecer a qualquer um) que avisa "a 2ª volta vou aterrar", porreiro, tudo dentro dos limites de segurança, bem deixa afastar o giles um pouco.
Dito e feito, giles la para o fundo a fazer umas voltas bem largas, outro trainer a dar as suas piruetas fora da area de aterragem, tudo normal quando de repente alguém grita CUIDADO...
Olho em frente, pois normalmente os olhos estão colocados no céu,e so tenho tempo de me desviar um pouco olhar para o lado e ver alguém a fazer um mergulho quase de cabeça (com rádio nas mãos e tudo) e outro a atirar-se quase para a pista, isto tudo devido a passagem de uma aeronave descontrolada após bater na pista e se fazer ao vento.
Bem esse avião que estava a aterrar parou no ferro da caixa, o pior foi quando eu olho outra vez para o céu e vejo um avião todo branco em voo picado directo ao chão (quem conhece o meu giles, sabe que o mesmo é todo branco por baixo), SUSTO do CARAÇAS foi só o tempo de mexer os sticks um pouco e ver que o mesmo não repondia aos comandos, olhar em volta e achar o giles a voar traquilamente só que na direção oposta e nisto tudo ouvir um estrondo de um avião a cair no chão.
Resultado: Um piloto muito molhado, com um modelo muito irrecuperavel, e muito chateado com a situação; um piloto com um grande susto na aterragem, a dever no minimo um trainer, e com um grande melão; eu com um susto de me cairem as bolas, um avião inteiro (a aterragem foi mesmo porreira, um pouco a canguro mas inteiro), e com muita sorte neste fim de semana atribulado.
Os comentários do Major Alvega e do Andrade é que aguentei muito bem a pressão e voei impecavel, bem só tenho a dizer Obrigado pelos incentivos.
Resumindo, para mim foi um FDS muito porreiro, pois trouxe os aviões inteiros para casa, voei pela 1ª vez o giles sozinho. Só tenho pena de não ter sido perfeito para todos.
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